Transformações Técnicas: engenharia estrutural,
1775-1939
O conceito
"Progresso" ocorre com mais ênfase na arquitetura junto ao nascimento
de ideais progressistas nos fins do séc XVIII, acompanhado por uma perda
na confiança da tradição renascentista e das teorias
que a suportavam, o idealismo. O desenvolvimento de novos materiais
e métodos de construção permitiam novas soluções,
criavam novos padrões, novos problemas, e sugeriam simultaneamente novas formas.
Em um nível
mais profundo a industrialização transformou os padrões
de vida e levou a proliferação de novos edifícios:
estações de trem, casas suburbanas, arranha-céus,
para os quais não havia precedentes. A industrialização
também gerou novas estruturas econômicas e centros de poder.
Desloca a patronagem da arquitetura da igreja, estado e aristocracia
para as aspirações da nova classe media. Outro aspecto
do mito progressista por trás da concepção da arquitetura
era a crença em uma sociedade justa e racional. Além disso,
as correntes de pensamento arquitetônico estavam preocupadas com
a possibilidade de se criar formas que não fossem pastiches de
estilos passados, mas expressões genuínas do presente.
A noção de arquitetura moderna implicava em uma série
de diferentes atitudes quanto à gênese da forma.
Progresso
era, no séc XIX, uma importante ferramenta ideológica
nas mãos dos políticos, reformadores sociais e industriais.
Chegou a superar a própria religião como um sistema de
valores. Marx chamou a religião do ópio do povo, mas nunca
qualificou sua crença no progresso da mesma forma. O progresso
era sinônimo de novo e bom, maior e melhor: um desejo de vitória
sobre as forças conservadoras da natureza, um processo natural
aquém da evolução da vida.
Em 1909,
Walter Gropius já se preocuparia com a pré-fabricação
na arquitetura. Mas ele jamais levaria em conta uma industrialização
total como a dos veículos, preferindo satisfazer as necessidades
de um público variado. Pensava na industrialização
dos elementos constitutivos da edificação.
"A
idéia de uma industrialização da construção
das casas não pode se realizar sem que cada projeto utilize os
mesmos elementos construtivos, de maneira a permitir uma fabricação
em série que seja rentável e menos custosa para o uso.
É justamente a variedade entre os elementos que permitem satisfazer
o desejo público: dar à casa um aspecto pessoal".
Em 1927
podemos encontrar uma casa individual pré-fabricada com estrutura
metálica leve, montada à seco na Exposição
do Werkbund em Stuttgart. No período de 1943 a 1945, Gropius
fabricou nos EUA, juntamente com Wachsmann, o "Sistema Empacotado
de casas" que permitia a ampliação ou a redução
das casas.
Elementos
repetitivos e conexões estandardizadas caracterizavam uma aproximação
sistemática do design, que implicava hierarquia na organização
dos componentes mais do que formas compositivas.
INFRA-
ESTRUTURA
O grande
desenvolvimento das indústrias vai demandar espaços mais
amplos e a prova de fogo. A madeira vai ser paulatinamente substituída
pelo ferro na construção desses galpões. Em vários
países da Europa a ênfase na utilização e
no desenvolvimento do ferro vão gerar tratados e estudos dedicados
a esse tipo de material. Um desses centros era a École Polytechnique,
que evoluiu os conceitos de sistemas modulares, tentando estabelecer
uma conexão entre a utilização de formas clássicas
associada à versatilidade aplicada frente às exigências
sociais.
Os primeiros
grandes recintos permanentes fechados foram as estações
ferroviárias construídas na segunda metade do século
XIX. Não existiam ainda modelos definidos para as novas estações
de trem. Por isso, elas se apresentavam, de certa forma, desconectadas
dos edifícios existentes, o que gerava uma preocupação
dos projetistas, pois elas eram a porta de entrada das cidades.
O fato
da arquitetura metálica se desenvolver mais na Inglaterra, França,
Bélgica e Alemanha é devido ao fato desses países
serem grandes produtores de ferro. O progresso das técnicas será
envolvido pelo espírito de economia de material. As estruturas
ficarão cada vez mais delicadas, mais transparentes e de nova
beleza em função das pressões econômicas.
O telegrafo
mudou a percepção e compreensão de mundo. A construção
e instalação de um cabo telegráfico transcontinental
(1866) diminuiu a sensação de distância e ampliou
a percepção geográfica. Início das transmissões
live: "as distâncias estão para serem medidas por
intervalos, não de espaço, mas de tempo".
A locomotiva
definiu seu importante papel na sociedade industrial como veículo
de deslocamento de pessoas e mercadorias e, conseqüentemente, o
uso do ferro nos trilhos (1820). O trilho vai ser a primeira unidade
de construção.
As ferrovias
modificaram o meio ambiente existente (um ambiente denso europeu, com
os paises bem definidos). Por onde elas se estendiam, semeavam novas
estruturas de serviço: portos maiores e mais complexos, pontes
galerias de exposição de feiras, estoques, bancos de finanças
e outros tipos de edificações interdependentes. A ferrovias
estabeleceu novas formas de conexões envolvendo a velocidade
e baseando-se no lucro. Com a sua disseminação, a população
urbanizada se tornou móvel. Forçou a racionalização
da construção. Produção industrial se move
para a cidade e amplia a dependência do campo e os fenômenos
migratórios. Industriais estavam livres das tradições
feudais e de suas obrigações sociais.
A difusão
das estradas de ferro fez com que grande parte dos materiais ferroviária
se integrasse ao vocabulário geral da construção,
além de serem os únicos materiais incombustíveis
disponíveis para a construção dos armazéns
de vários pisos que a produção industrial exigia.
MATERIAIS
MAIS UTILIZADOS:
FERRO
Quanto
à aplicabilidade do material, o ferro só era aplicado
como elemento complementar nas edificações: correntes,
tirantes ou anéis, armaduras. Transmitia estabilidade, era à
prova de fogo e encontrou novas aplicações: grades, peitoris,
escadas metálicas, divisões e decorações.
Depois da segunda metade do século XVIII teremos uma produção
em larga escala de ferro fundido e a substituição dos
pilares de madeira. Quanto à sua funcionalidade, venciam vãos
maiores e eram incombustíveis. Os arquitetos Boulton e Watt desenvolveram
na Inglaterra construções industriais que marcaram uma
nova etapa no uso do ferro e serviram como modelo.
O ferro,
um material de construção artificial, sofreu uma série
de evoluções, tanto em sua maneira de aplicação
quanto em sua estrutura física molecular que dá origem
aos mais diversos tipos de aço na atualidade.
O sistema
dos elos chatos de ferro forjado (Samuel Brown - patenteado em 1817),
foi ao poucos sendo substituído pelo uso do cabo trefilado. O
cabo de aço foi amplamente difundido na construção
de estruturas suspensas, utilizando-se do fio trefilado. Os processos
de fabricação in loco (trança espiral) foram desenvolvidos
a partir da substituição dos elementos de suspensão
em barras de ferro.
A grande
evolução do ferro se deu nas pontes (ex: Ponte do Brooklin,
em NY, de Vicat - 1883 - vão de 487m). Durante o final do séc.
XIX, elas foram responsáveis pelo aparecimento de cordas e fios
treliçados.
O ferro
era evitado nas moradias, mas utilizado em galerias, salões de
exposição, estações ferroviárias
e edifícios com finalidades transitórias. O uso da energia
a vapor vai fazer com que a técnica metalúrgica se desenvolva
viabilizar a sua utilização. James Watt e Abraham Darby
serão os responsáveis por esse desenvolvimento, junto
com John Wihinson, mestre metalúrgico. A Inglaterra vai ser o
local onde se dá o maior número de atividades ligadas
à utilização do ferro durante o final do século
XVIII e início do século XIX.
O arquiteto
Abraham T. F. Pritchard vai construir a primeira ponte em ferro fundido,
com 30,5 metros de vão em Coalbrookdale, na Inglaterra. Outro
estudioso do assunto, Thomas Pope difunde em 1811 o Tratado de Arquitetura
de Pontes, envolvendo construções suspensas em ferro.
Um grande esforço foi realizado no sentido de aprimoramento das
vigas de ferro utilizadas. Esses esforços estavam concentrados
na Inglaterra. A seção do ferro evolui até ser
definido o perfil I como o padrão tanto para os trilhos quanto
para as vigas. Os engenheiros experimentavam vários meios de
aumentar a capacidade de cobertura de vãos do material, utilizando
elementos de ferro forjado empregados na construção naval.
Uma das publicações imprescindíveis na época
era o livro de Fairbairn: On the Application of Cast and Wrought Iron
to building purposes (Da aplicação do ferro fundido e
forjado na construção).
Na metade
do século XIX, as colunas de ferro fundidas e trilhos de ferro
forjado, usadas junto com o envidraçamento modular, tornaram-se
técnica padrão da rápida pré-fabricação
de centros urbanos de distribuição: mercados, galerias.
A natureza pré-fabricada dos sistemas de ferro fundido garantia
a rapidez na montagem, a confecção de kits de edificações
nômades que começaram a ser até mesmo exportadas.
CONCRETO
ARMADO
O concreto
armado possuía uma série de vantagens. Era um material
plástico que permitia a produção em máquinas
e usinas, sendo depois utilizado em moldes. Era resistente ao fogo,
apresentava pequena mudança de volume quando submetido às
mudanças de temperatura, não necessitava de maiores cuidados
de manutenção, não apodrecia e podia ser um bom
isolante térmico. Por outro lado, tinha com desvantagens o fato
de ser pesado, encarecendo o transporte. Ele não constituía
um bom isolante acústico e não possuía aquela mobilidade
perseguida pelos arquitetos contemporâneos.
Assim como
a tecnologia do ferro foi desenvolvida a partir da exploração
da riqueza mineral da terra, a tecnologia do concreto, pelo menos do
cimento hidráulico, parece ter decorrido do tráfego marítimo.
Entretanto, a Inglaterra perderia a sua hegemonia para a França,
onde as restrições econômicas pós-revolução
de 1789, a síntese do cimento hidráulico por Vicat e a
tradição na construção Pisé (terra
pisada) geraram circunstâncias favoráveis para o desenvolvimento
do concreto. Françoise Coignet desenvolveu uma técnica
de reforçar o concreto com uma tela metálica, especializando-se
no concreto armado. O período de mais intenso desenvolvimento
do concreto armado foi entre 1870 e 1900 com trabalhos na Alemanha,
EUA e França. Um dos grandes personagens na difusão do
concreto armado em toda a Europa foi Hennebique. Sua firma havia se
transformado em uma grande companhia internacional, impulsionada pela
exposição universal de 1900 e a publicação
do livro Le béton armé. O arquiteto racionalista Anatole
de Baudot ficou muita admirado com os resultados das estruturas que
combinavam concreto armado com tijolos e suas lages planas reticuladas
e placas dobradas pareciam antecipar as obras do engenheiro italiano
Pier Luigi Nervi 50 anos após.
O engenheiro
e construtor Pier Luigi Nervi colocou em dúvida o fato de que
a ciência deveria se servir unicamente de processo analítico
de cálculos. Segundo ele, a intuição é a
forma mais alta de se expressar o espírito. Nervi procedia desenvolvendo
primeiramente uma forma, depois construía a maquete e só
depois submetia o seu modelo à provas de cálculo e peso.
Podemos considerar que os engenheiros também concebiam suas obras
assim como os artistas. "Existe para mim duas fontes de informação:
a percepção direta e a intuição, em qual
eu vejo a expressão e o resumo de todas as experiências
acumuladas pela vida no subconsciente. De fato, a intuição
é controlada pelo cálculo. Mas quando ela se encontra
em contradição com o resultado de um cálculo, eu
refaço o cálculo, e meus colaboradores me asseguram que,
no final das contas, é sempre o cálculo que injustiça".
Nervi desenvolveu
durante os anos de 1935 a 1943 imensos edifícios, por exemplo,
hangares de 100 metros de comprimento por 40 de largura que repousavam
sobre 6 pontos de apoio. Em suas construções poderiam
ser encontrados os seguintes elementos: vigas radiais, esqueletos estruturais
com pilares centrais, elementos pré-fabricados em ferro-cimento,
cascas em concreto armado e nervuras entrecruzadas. Nervi comenta: "Para
definir um bom organismo estrutural, ele deve explorar integralmente
as qualidades excepcionais e as possibilidades sem precedentes do ferro
e do concreto armado, que se adapta a esquemas estáticos espontâneos."
Foi através de uma preocupação não plástica,
mas econômica que Nervi liberou as formas mais rígidas
do concreto armado e as conduziu por uma nova via. Ele considerava as
formas de madeira um obstáculo ao viés econômico
e técnico, e assim direcionou suas pesquisas no desenvolvimento
no sistema de coberturas reticuladas de grandes vãos permitindo
a utilização de métodos antes impensáveis.
Nervi desenvolveu
ainda o ferro-cimento, um método que consistia em incorporar
treliças metálicas entre o concreto, suprimindo as fôrmas
de madeira, tornando possível a realização de cascas
estruturais. A noção de robustez e peso excessivo, que
parecia inseparável do concreto, se desprende dele. O pensamento
que se tinha de que o concreto seria completamente substituído
pelo aço, em razão da sua gama de possibilidades combinatórias,
não se efetiva. "É o melhor material que o homem
já encontrou. O fato de permitir a realização de
blocos de todas as formas, capazes de resistir a todos os tipos de pressões,
sustenta uma certa magia".
Até
1895, o uso do concreto armado nos EUA foi inibido pela sua dependência
do cimento importado na Europa. Em Paris, os irmãos Perret começaram
a projetar e construir as primeiras estruturas totalmente em concreto.
Nessa época, a estrutura de concreto armado se tornara uma técnica
normativa. A sua apropriação como elemento expressivo
primordial veio com a Maison Domino de Le Corbusier.
De 1910
a 1940, a maior parte das realizações arquitetônicas
em concreto armado será obra dos engenheiros. Em 1914, encontramos
em um catálogo de um construtor de carros a seguinte proposição:
"Nós construiremos casas transportáveis, que são
deixadas aos nossos cuidados por caminhão, prontas para serem
habitadas três dias após sua ordem. Elas são montadas
na usina, criadas em partes, transportadas em caminhões especiais
e simplesmente montadas no local de execução em três
horas. Ou ainda, segundo os desejos dos clientes, desmontadas no local
e depois transportadas para outro local. Essas habitações
se constituem de materiais duráveis: estrutura de madeira, paredes
duplas para controlar a variação de temperatura, cobertura
de aço, divisórias internas de aglomerado de madeira".
PLÁSTICO
Os materiais
plásticos invadiram a tal ponto nossa vida cotidiana que esse
material artificial tendia a eliminar todos os materiais naturais. Com
exceção na arquitetura onde as revoluções
são mais tímidas, o plástico encontrou uma aplicabilidade
sem fim nos meios utilitários e em todos os setores de componentes
e peças. As indústrias de materiais plásticos,
entretanto, se introduziram nas edificações não
por questão de isolamento, mas como fechamento, painéis
de fachada, divisórias, paredes translúcidas, painéis-sanduiches,
revestimentos de piso, elementos de coberturas. Os materiais plásticos
poderiam ajudar a revolução arquitetônica por sua
capacidade de realizar sua curvatura irregular sem montagem. Seu peso
mínimo permitia reduzir e simplificar as estruturas portantes.
Inoxidáveis, insensíveis às intempéries,
poderiam ser coloridas na fabricação evitando trabalhos
posteriores de pintura. Entretanto eram maus isolantes de calor e ruídos,
por serem perfeitamente herméticos. Os materiais plásticos
poderiam fazer mais bem à renovação do repertório
de formas arquitetônicas do que ao conforto do habitat. É
conveniente considerar que o primeiro protótipo de residência
totalmente desenvolvida em plástico é aquela que Ionel
Schein, Yves Magnant e Coulon apresentaram em Paris na Exposição
de artes dirigidas (arts ménagers - provavelmente o autor que
dizer artes - ofícios - aplicadas a uma determinada função),
em1956. Mas é possível citar algumas experiências
anteriores:
" Arquiteto francês P. Fayot, apresentou um projeto de uma
casa redonda em cloreto polivinílico.
" Shein-Magnant-Coulon: "Maison escargot" desenvolvida
em material plástico.
" Dietz, Heger et Mc Garry: 1957 nos Estados Unidos a Casa Monsanto:
pesquisador do MIT de Harvard em materiais plásticos.
" Inglaterra: Makowski estudou na Universidade de Surrey as estruturas
dobradas e as estruturas alveolares.
" Alemanha: Frei Otto - pesquisas conectadas com a utilização
de materiais plásticos.
" Itália: Renzo Piano - estudou as estruturas e seus princípios
elásticos sob pressão.
" Podemos mencionar, enfim, que os materiais plásticos reforçados
de fibra de vidro foram empregados em inúmeros pavilhões
na Exposição Universal de Montreal em 1967.
Resumindo
uma lista de novos materiais e espaços utilizados nesse período
temos: poliéster e plástico armados, painéis de
fachada, divisórias, paredes translúcidas, painéis-sanduiches,
revestimentos de piso, elementos de coberturas, materiais plásticos,
câmaras frigoríficas em materiais infláveis, tendas
pneumáticas, hangares de frutas com isolamento térmico.
Dentre os personagens marcantes ainda podemos citar: Shein-Magnant-Coulon,
Ionel Schein, Yves Magnant e Coulon, Surrey, Konrad Wachsmann nos EUA,
Makowski na Inglaterra, Frei Otto e Gunter Gunschell na Alemanha, Stéphane
du Chateau e D. G. Emmerich na França. F. Lanchester, Hans Walter
Muller, Bruno Schneider-Maunoury, André Vilder e Patrick Danan.
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TÉCNICAS E PROCESSOS
CONCEITOS
Dentro
dos conceitos pós-industriais, os materiais e as peças
devem ser substituíveis, intercambiáveis, combináveis
e permutáveis. Existe uma preocupação com as relações
entre os elementos, proporcionando a construção de uma
arquitetura melhor, mais rica, mais flexível, capaz de dar uma
resposta para a complexidade da vida social urbana contemporânea.
No método
de coordenação modular tem-se a necessidade de se estabelecer
um acordo entre os elementos de uma construção produzidos
industrialmente. Na arquitetura helênica e em seguida na arquitetura
clássica inspirada nos tratados de Vitrúvio ou Palladio,
o módulo foi utilizado como uma medida ideal, uma unidade de
proporção. O objetivo é tirar o melhor partido
possível, no plano econômico, utilizando elementos normalizados.
No período seqüente à Segunda Guerra Mundial foi
sentida uma maior necessidade de sistematizar a produção.
SISTEMA
TOTAL
O Palácio
de Cristal foi desenvolvido em apenas oito dias e consistia em uma enorme
galeria envidraçada ortogonal em três níveis, idêntica
a uma grande estufa. Esse edifício era tido como um exemplo de
sistema Total, desde a concepção, fabricação,
transporte, construção e desmontagem. Como os edifícios
ferroviários, com os quais tinha uma certa analogia, era um Kit
de montagem extremamente versátil: produção em
massa e montagem sistemática. Segundo Waschmann, para um fácil
manuseio as peças não deveriam pesar mais de 01 tonelada
e quanto maiores os painéis de vidro mais economia.
A França
realizou 05 exposições universais no período de
1855 a 1900. Em 1889, a torre Eifell e a Galeria das Máquinas
foram as grandes vedetes da exposição. Victor Contamin
utilizou o arco triarticulado com o objetivo de alcançar vãos
maiores. O seu pavilhão não só expunha máquinas,
mas era uma máquina de exposição. Possuía
plataformas móveis que corriam sobre trilhos elevados. Por outro
lado, a torre Eiffel possuía a base em forma de embarcação
e a seção vertical parabólica de pilastra tubular
de ferro, num processo de grande análise dinâmica. Produto
decorrente, tanto quanto o Crystal Palace, a torre era um grande pilar
de viaduto de 300 metros, cuja forma-padrão evoluira em função
do vento, gravidade, água e resistência dos materiais.
CICLO ABERTO
E CICLO FECHADO
A industrialização
de Ciclo Fechado é definida quando a mesma empresa executa com
seus próprios meios a em sua própria usina o produto final,
o edifício completo. A viabilidade da construção
de ciclo fechado está vinculada à produção
em grande série, distribuída uniformemente durante um
longo espaço de tempo. Com o objetivo de diminuir os custo e
aumentar a produtividade, ela necessita de um longo período de
tempo. E devido a problemas burocráticos, pressões políticas
a uma ausência total de objetivos em longo prazo, esse modelo
foi perdido de vista.
Na industrialização
de Ciclo Aberto, os componentes são destinados ao mercado e não
às necessidades de uma só empresa. Os elemento produzidos
poderão ser combinados entre si segundo uma grande variedade
de modos, satisfazendo uma larga escala de exigências funcionais
e estéticas. É também conhecida como a industrialização
de catálogos que definem as suas características físicas,
resistência, insolação, peso, etc. A Bauhaus enunciou
um programa de desenvolvimento de habitações baseado na
redução de custos no orçamento. O objetivo seria
a manufatura segundo métodos de produção em massa
que não seriam construídas no canteiro, mas sim em fábricas
em forma de partes ou unidades básicas prontas para a montagem.
As solução seriam melhores se a casa fosse encarada como
uma máquina a ser montada. Ela podia ser executada por pessoas
sem muita experiência
ESTRUTURAS
PNEUMATICAS
As estruturas
pneumáticas, ou infláveis se impuseram na exposição
universal em Osaka: Balões sob a forma de cogumelo servindo como
snack-bar. O Pavilhão Fuji, de Yutaka Murata abrigava um auditório
e era a mais importante construção pneumática até
então realizada. Se por um lado os materiais plásticos
e de ar comprimido foram os novos materiais desenvolvidos nesse período,
por outro os materiais clássicos da arquitetura moderna, como
o concreto e o aço, se encontram metamorfoseados por novas técnicas
que se desenvolveram.
Outros
exemplos interessantes são bolhas habitáveis, cúpulas
de radar de 40 a 90 metros de diâmetro, estruturas dobradas e
painéis montados, estruturas pneumáticas que utilizam
borracha sintética, estruturas infláveis aplicadas a objetos
cotidianos (pneus, velas de barco, dirigíveis) utilizando o ar
sob pressão, podendo gerar tendas pneumáticas, estufas
de frutas com isolamento térmico. As estruturas infláveis
normalmente tomavam a forma de bolhas de sabão, mas também
poderiam ser feitas em forma de cone ou cilindro. Elas são rapidamente
montáveis, não importando o tipo de solo em que se encontra
e pode se removida sem deixar nenhum rastro.
CASCAS
Como exemplo
de novas técnicas temos o desenvolvimento da solda, dos tubos
que permitiam a construção de imóveis em forma
de aranha e da montagem dos tubos com nós mecânicos e nós
soldados direcionados às estruturas espaciais. Os cabos tencionados
davam às coberturas um grande dinamismo. Os modelos tomados pelos
engenheiros que queria transformar o concreto em um material leve não
são mais as igrejas góticas e os templos gregos, mas o
ovo, a flor, os crustáceos, conchas, bolhas de sabão,
teias de aranha. Se segue uma arquitetura de cascas e coberturas fragmentadas.
A casca anula a noção de fachada, onde a resistência
é proveniente da forma, que acusava uma tendência atual
do concreto delicadamente monolítico. Mas aqueles que desprezavam
o concreto armado sempre se lembravam da tenda, considerando as velas
e as membranas plásticas, tencionadas ou infladas, mais apropriadas
que o concreto. Segundo eles, a qualidade específica do concreto
era o seu peso. "Deixar um material pesado mais leve era uma tentativa
falsa". Estavam sempre preocupados com a verdade do material, e
o concreto sempre escondia o aço em si. Entretanto, o concreto
se direciona a uma leveza estrutural no momento em que ele toma as formas
de casca, acentuando a relação entre ele e as formas naturais
a exemplo do arquiteto Félix Candela. As construções
em forma de esfera, hemisféricas, seguindo a lógica do
ovo, começaram então a aparecer entre o cenário
tradicional dos paralelepípedos retangulares. Além delas,
as cascas e superfícies delicadas, as tendas protendidas e estruturas
de madeira tridimensionais, estruturas suspensas por cabos de aço,
estruturas tencionadas e membranas constituem algumas direções
da arquitetura que não se referiam a nenhum edifício do
passado. David Jawerth era um especialista em estruturas tencionadas.
Desenvolveu o projeto de um teatro ao ar livre em Otigheim na Alemanha,
além de um hangar em Teerã (1962) e outra usina em Lesjofros
na Suécia.
Elyot Noyes,
imaginou uma fôrma de concreto que utilizava um balão inflável.
O concreto seria projetado sobre este balão que depois seria
esvaziado. A técnica de fôrma de concreto foi sendo evoluída
a partir do desenvolvimento do concreto projetado. As fôrmas eram
perdidas depois da cura do concreto. Ela, além de modelar o concreto,
era também aproveitada como isolante térmico. A aliança
de entre o aço e o concreto é vista nos perfis de aço
envelopados de concreto. A madeira repentinamente volta entre os materiais
de tecnologia de ponta. As primeiras aparições de madeira
laminada colada datam de 1905. As novas colas de grande eficácia
relançaram o uso da madeira.
As fórmulas
matemáticas e as formas esculturais serão os motores da
arquitetura que surgia. O Funcionalismo tinha liberado as plantas da
tirania das paredes estruturais, resultando nas plantas livres (Le Corbusier).
ESTRUTURAS
GEODESICAS E ESPACIAIS
Buckminster
Fuller levou tão a fundo seus estudos estruturais que chegou
a propor a construção de um domo que recobriria a parte
central de Manhattan, composto por estruturas tridimesionais. Grandes
vãos ou estruturas voadoras eram pensadas compostas por tetraedros
bidirecionais, tridirecionais, quadridirecionais envolvendo os estudos
geodésicos.
Limitadas
a três dimensões modulares, bidirecionais, tridirecionais,
quadridirecionais, as estruturas espaciais utilizavam em geral o metal,
mas poderiam ser também construídas em concreto e madeira.
O nó, sobre o qual convergiam todos os esforços, constituíam
elementos chave nas estruturas espaciais. Robert Le Ricolais (1894-1977)
é um dos precursores dos estudos geodésicos. Suas pesquisas
influenciaram a vanguarda arquitetônica assim como Buckminster
Fuller. Como seus trabalhos não haviam influenciado a arquitetura
francesa, emigra aos EUA em 1951, onde passa a trabalhar na Universidade
da Pensilvânia lecionando Estruturas Arquitetônicas. Ensinava
que "a arquitetura deveria ser um arranjo científico dos
espaços e das formas submissa às funções
e aos lugares (sítios).
Fazendo
apelo aos recursos da topologia e mostrando a concordância da
matemática com as formas naturais através de trabalhos
práticos observando a estrutura de bolhas de sabão, Le
Ricolais não fixou nenhuma incógnita prática aos
seus estudantes. Assim, ele explorava as combinações estruturais
possíveis, verificando as propriedades estáticas ou dinâmicas
deste ou daquela montagem, sem se preocupar com uma eventual utilização
final. Mas as suas pesquisas "gratuitas" emergiam diretamente
sobre as possibilidades de coberturas de grande porte; possibilidade
de realização de cidades tridimensionais. Ele mesmo propôs
um plano de circulação suspensa: skyrail. Ele funciona
a partir de uma trama triangular de pontos aéreos com uma extensão
de 500 metros, unidas por torres de vinte a trinta andares ocupadas
pelos escritórios. Sobre estes pontos circulariam os veículos
elétricos liberados do solo.
As estruturas
espaciais passaram da teoria para a prática com Buckminster Fuller
e Konrad Wachsmann nos EUA, Makowski na Inglaterra, Frei Otto e Gunter
Gunschell na Alemanha, Stéphane du Chateau e D. G. Emmerich na
França. Stéphane du Chateau, nascido em 1908, estudou
na Escola Politécnica de Lwow, na Polônia e depois se fixou
na França, onde desenvolveu uma série de patentes de estruturas
espaciais tridirecionais que permitiam a realização, através
de solda de barras e nós. Executou uma cobertura de tênis
em Paris-Vaugirard formada por um semicírculo em estrutura tubular
com 18 metros de extensão e uma outra na Piscina do estádio
Bologne-sur-Seine. D.G. Emmerich, lecionou na Escola Superior de Belas
Artes em Paris: Curso de geometria Construtiva: morfologia.
Assim como
Yona Friedman, Emmerich levantou a necessidade de se criar uma arquitetura
científica, de se encontrar uma "forma universal, um novo
modelo que, sozinho ou através de seus derivados, poderiam compor
todas as soluções e demandas da arquitetura".
Outra pessoa
que influenciou fortemente o cenário estrutural do século
XX foi Buckminster Fuller e os seus domos geodésicos. O sucesso
espetacular do domo translúcido que constituía o pavilhão
dos EUA na Exposição Universal de Montreal fez de Fuller
um homem célebre. Os domos geodésicos são pesquisas
geométricas de estruturas de aço, recobertas por elementos
metálicos, de material plástico. O primeiro edifício
não provisório de Buckminster Fuller foi o domo de alumínio
das indústria Ford em Dearborn (1953). Medindo 28,4 metros de
envergadura e pesando 8,5 toneladas, o edifício foi montado em
trinta dias. Em 1958, Buckminster Fuller construiria seu primeiro grande
domo de 117 metros de diâmetro. Buckminster Fuller tinha uma maior
ambição, construir um domo que recobriria a parte central
de Manhattan cujo diâmetro seria de 3,2 Km e altura de 1600 metros
em sua parte central. Ele também se preocupou com a construção
de apartamentos econômicos oferecendo o maior conforto possível.
TECNOLOGIA NO ESPAÇO DOMÉSTICO
Máquina
de costura: A casa, além de oferecer proteção,
era um ícone. A primeira máquina de costura foi manufaturada
nos EUA em 1850. Antes disso, as máquinas de costura era fabricada
manualmente e somente vendida para fins industriais (por causa do custo
de produção). SINGER x WHEELER E WILSON. A Segunda era
mais barata, mais leve e mais simples e como consequência, potencialmente
mais atrativa que a Singer. Eles formam os primeiros a apresentarem
uma máquina de costura como aparelho doméstico, um exemplo
que foi rapidamente seguindo por outras firmas que perceberam que era
a única alternativa de se manter nos negócios.
FONTE: FORTY, Adrian. Objects of Desire. Ed. Thames & Hudson, New
York - pg 94-95
Máquina
de datilografar: A aparência dos aparelhos era altamente industrial.
As empresas e os escritórios mais pareciam ambientes fabris.
Estruturas tubulares pintadas de preto. As máquinas de escrever
chegaram aos escritórios em 1880. As portáteis eram idealizadas
para comerciantes itinerantes que precisavam de escrever cartas longe
dos escritórios.
FONTE: FORTY, Adrian. Objects of Desire. Ed. Thames & Hudson, New
York - pg 133-134
Aspiradores
de pó: Apenas as famílias de classe média ou superior
tinham condição de Ter um aspirador de pó; por
isso, nos anúncios aparecem empregadas domésticas utilizando-as.
Essas máquinas foram primeiramente desenhadas nos EUA em 1860.
Elas foram substitutas para os espanadores, que segundo os médicos
da época, eram contra-indicadas pois deixavam a poeira em suspensão
que poderia ser inalada pelos habitantes da casa a causar sérios
danos à saúde.
FONTE: FORTY, Adrian. Objects of Desire. Ed. Thames & Hudson, New
York - pg 177
Forno Elétrico:
"Eletricidade, o combustível do futuro". Máquinas
que diminuiriam o trabalho doméstico. A invenção
da máquina de costura trouxe mais remendos, a lavadoura de roupa,
mais lavagens, o aspirador de pó, mais limpeza, novos combustíveis
e fornos, mais elaboradas comidas. A falha dos eletrodomésticos
em trazerem economias de trabalho não é uma consequencia
que deve ser atribuida aos aparelhos. A compulsão em se atingir
padrões domésticos mais altos foi o resultados de uma
consciência referida a eles.
FONTE: FORTY, Adrian. Objects of Desire. Ed. Thames & Hudson, New
York - pg 211.
Batedeira
doméstica: 1920. Os requisitos mais importantes para o design
dos objetos era que eles deveriam ser eficientes, fáceis de usar
e rapidamente montados e desmontados. Apenas na década de 1930
é que os aparelhos começaram a ser produtos de massa.
A imagem da fábrica era uma metáfora de eficiência.
Essa imagem era constantemente sugerida em escritórios, e na
vida da dona de casa, que era encorajada a proporcionar eficiência
em casa, em função de um planejamento das tarefas diárias
como se fosse uma rotina industrial.
O Museu
D'Orsay: Onde antes estava instalado o Palácio de Orsay, foi
implantada a estação de trens D'Orsay, tendo em vista
a exposição universal de 1900. Ela visava descentralizar
o fluxo de trens da Estação de Austerlitz. Como se tratava
de uma região histórica de Paris, era pouco provável
que o edifício tivesse características de um grande bloco
de ferro utilitário. Sendo assim, a fachada está constituída
de arcos e o interior composto por arcos em estrutura metálica.
O projeto vencedor do concurso foi de Victor Laloux, professor de arquitetura
da escola de Belas Artes. A estação foi inaugurada em
Julho de 1900. Foi a primeira estação concebida para trens
de tração elétrica. Depois disso sofreu vários
danos com inundações e após mitas discussões
transformada em museu em 1980.
Union Tank
Car Company: Projeto de Buckminster Fuller. Envolve conceitos de planejamento
sistemático, a tradição lógica que constituia
a marca dessa corrente ideológica. Fuller, arquiteto-inventor
levou essa posição às últimas possibilidades
concebendo as estruturas geodésicas, proclamando o triunfo final
da tecnocracia. Ele defendia o conceito de eficiência máxima,
a montagem repetitiva de peça por peça. Fuller propôs
um sistema de organização do mundo onde os engenheiros
ou os arquitetos universais substituiriam o governo pela administração
da eficiência.
Palácio
dos Esportes: Projeto de Pier Luigi Nervi. Doutrina funcionalista (que
a forma seguiria a função sem desvios). Um grupo de atitudes
e valores atados à idéia de resolução dos
problemas complexos através de métodos de desenho sistemáticos.
Habitações
pré-fabricadas na Rússia: As unidades são autoportantes
e poderiam ser empilhadas como tijolos por uma ponte rolante. 1965.
Os russos desenvolveram um programa de unidades de habitação
em série em grande escala que poderiam ser criadas na usina,
montadas no terreno e colocadas no lugar através de gruas móveis.
"Com quinze anos de esforço dos construtores, darão
um fim para o problema de habitação na URSS. Dois milhões
de apartamentos criados até 1980. Todas as famílias de
Moscou terão um quarto para cada membro da família mais
um quarto comum. Os apartamentos terão 24 metros quadrados de
área útil para cada habitante. Se comparadas com a média
de 6 metros quadrados por habitante dos anos vinte, podemos Ter uma
noção da evolução do sistema".
Casa Wichita:
O rendimento máximo pela ausência de peso. "Madame,
você sabe quanto pesa a sua casa? 6000 libras e pode ser transportadas
dentro do cilindro vertical a esquerda". Uma casa que poderia ser
construída em série. Ele, entre outros arquitetos estarão
engajados em um sistema de utilização da tecnologia voltada
para questões sociais nos anos 20. A imagem lembra as curvas
ou a superfície de um avião, já que ela seria produzida
nas mesmas usinas e utilizando os mesmo métodos para produzir
os aviões.
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Referências Bibliográficas:
BRUNA, Paulo J. V. Arquitetura, Industrialização e desenvolvimento. Ed. Perspectiva. 1a edição, 2000.
_ GROPIUS, Walter. Bauhaus: Novarquitetura. São Paulo: Perspectiva, 1988
_ LE CORBUSIER. Por uma Arquitetura. São Paulo: Perspectiva, 1988
_ MONTANER, Joseph. Depois do Movimento Moderno. Arquitetura da segunda metade do século XX. Ed. Gustavo Gili Port. 1a edição, 2002.
_ JENCKS, Charles. Movimentos Modernos em Arquitetura. Lisboa, Portugal. Edições 70, 1985
_ ARANTES, Otília B., O lugar da arquitetura depois dos modernos. Ed. EDUSP. 2a edição, 1995
_ FRAMPTON, Kenneth. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
_ CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
_ COLLINS, Peter. Los Ideales de la Arquitectura Moderna. Ed. Gustavo Gilli. 1a edição, 1998.
_ FRAMPTON, Kenneth. Studies in Tectonic Culture – The Poetics of Construction in the Nineteenth and twentieth Century Architecture. The MIT Press 2a edição, 1996.
_ MASCARÓ, Lucia. Tecnologia e Arquitetura. ed. Studio Nobel. 1a edição, 1990.
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