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A ARQUITETURA GÓTICA

Bruno Massara Rocha

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A arquitetura Gótica teve sua origem no século XII como uma evolução dos recursos técnicos do período anterior, o românico. Na França a catedral, símbolo maior da arquitetura gótica, apareceu com destaque pela primeira vez em 1140 em Saint-Denis, ao norte de Paris, construída para substituir outra edificação religiosa que tinha se tornado exígua para as grandes aglomerações.

A arquitetura românica foi um produto genuinamente religioso, pois as igrejas e os conventos foram, na maioria das vezes, desenhados e construídos por monges ou frades. A arte de construir gótica, teve uma participação mais aprofundada de uma sociedade laica, levantadas por arquitetos leigos. Suas conquistas estruturais foi fruto de um persistente trabalho românico, liberado das influências orientais e mediterrâneas. Cumpre um novo papel de servir à divindade.

No que diz respeito às características das edificações e aos anseios religiosos, a sociedade pedia por mais espaço e mais luz. Os arcos ogivais eram capazes de deixar as colunas mais esbeltas sem colocar em perigo a estabilidade da estrutura. As abóbadas ogivais de arestas descarregavam o seu peso através de cordões, nervuras e feixes, descarregando em pontos internos e definidos. Os empuxos laterais, produzidos por estes integrantes do conjunto estático, foram trasladados para o exterior do templo, graças aos arcos botantes e aos contrafortes e pináculos. Os painéis de paredes situados entre os apoios, não possuíam praticamente função estática, podendo funcionar como enormes janelas. A mais importante característica do estilo é a abóbada de nervuras. Ela apresenta arcos visíveis, que são construídos separadamente da teia ou superfície da abóbada. As nervuras eram construídas usualmente em primeiro lugar, utilizando-se uma armação de madeira móvel - cimbre. Depois eram inseridas pedras mais finas para completar a teia. Esse tipo de abóbada era fisicamente mais leve do que a abóbada de arestas de área equivalente. Portanto, exercia menor empuxo ou tensão sobre as partes inferiores da construção. As nervuras serviam como um diagrama de pedra das forças estruturais da construção. Com relação aos arcos, o arco ogival possuía a vantagem de poder cobrir áreas retangulares. Tais vãos anteriormente requeriam a construção de dois arcos que alcançavam alturas diferentes, criando transições difíceis para os pedreiros. Outra vantagem da ogiva é que, por se alongar e projetar para o alto, dava a ilusão de alcançar maior altura que o arco pleno.

Estava inaugurada a época das catedrais cuja arquitetura podia ser definida segundo três elementos: o arco botante, a abóbada nervurada e a pedra. O distanciamento dos apoios permitia vãos iluminados e colunas de escassos diâmetros. As paredes dos arcos laterais tinham que ser muito altas, para que a luz pudesse penetrar no seu interior, por cima dos telhados das naves laterais, exigindo a colocação dos arcos exteriores (botantes).

A luz branca do sol não era suficiente para aqueles interiores de pedra rendada, sendo necessário que o templo se colorisse nas mais variadas cores; foi conseguido através dos vitrais. No interior, a ornamentação foi totalmente atraída pelos capitéis, enquanto que no exterior se generalizou pelas fachadas, galgando as torres pontiagudas, subindo pelos arcos ogivais, brotando incontida aqui e acolá com aquela tendência de subir espacialmente, com o que se pretendia traduzir a lei de ascensão espiritual. As rosáceas nasce com as mais variadas formas e obedecendo às mais intricada e belas leis de formação geométrica.

Se a abóbada de arestas românica é um todo que vai de ponta a ponta, o que redunda numa difusão de cargas, que por seu turno exige paredes grossas e reforçadas, na abóbada gótica tal não sucede, pois que existe agora a transmissão localizada de cargas, o que permite paredes bem delgadas. Na arquitetura românica a abóbada central tem seus empuxos anulados por maciços contrafortes, do que resulta uma acentuada sensação de peso. Na arquitetura gótica os empuxos provenientes da nave central são transportados para fora do prédio, enquanto as colunas se desdobram em autênticos feixes de colunetas, onde cada uma se encontra responsável pela carga da nervura que lhe corresponde. A igreja românica tem sua torre emergindo do cruzeiro, no centro da construção, enquanto que no gótico ela se levanta do primeiro plano, da fachada.

Um dos maiores segredos do êxito gótico foi o emprego de pequenas pedras, muito bem cortadas e aparelhadas, fáceis de transportar e de colocar. A planta das catedrais góticas exibe uma forma de cruz latina, dotada de grandes áreas, possuindo de 3 a 5 naves, onde o transcepto se confunde com o alinhamento das naves laterais. A fachada se subdivide em 3 zonas verticais e outras tantas horizontais (1-as portas de entrada, 2-a galeria e a rosácea, 3-as torres).

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Referências Bibliográficas:

. CARVALHO, Benjamin . A História da Arquitetura. Edições de Ouro. s/d
. HISTÓRIA GERAL DA ARTE - ARQUITETURA I,II,III,IV,V,VI . ediciones del Prado. tradução: LETRAS, S, 1995
. MUMFORD, Lewis. A Cidade na História. Ed. Martin Fontes.
. SHAVER-CRANDELL, Anne. História da arte da Universidade de Cambridge. A idade Média. Trad: Álvaro Cabral. Ed Círculo do livro, São Paulo 1982.

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Como citar este artigo:

MASSARA, Bruno (2002). A Arquitetura Gótica. Artigo Online. Disponível em <http://www.territorios.org/teoria/H_C_gotica.html> Acessado em: inserir data